Por que utilizar Compostos Termoplásticos Lubrificados Internamente?

A substituição de metais por plásticos na fabricação de peças submetidas ao desgaste por atrito apresenta as seguintes vantagens:

Por outro lado, algumas desvantagens e limitações também podem ser apontadas, em alguns casos:

Para tirar proveito das vantagens enumeradas e, ao mesmo tempo, neutralizar as desvantagens e limitações do plástico, a PEPASA formula compostos, incorporando aditivos lubrificantes, reforços ou cargas diversas, assegurando excelente balanço de propriedades.

Sensíveis incrementos da resistência ao desgaste e ao atrito são obtidos com a utilização de PTFE, Silicone, Bissulfeto de Molibdênio e Grafite.

As propriedades mecânicas e térmicas são aumentadas com o emprego de reforços como a fibra de vidro e de carbono. Outras cargas e aditivos permitem a obtenção de compostos com propriedades ajustadas às condições de trabalho das peças móveis projetadas.

Como avaliar o desgaste e peças móveis em plásticos

Para determinar o desgaste e o atrito que ocorrem em superfícies móveis em contato, são utilizados aparelhos onde anéis do material a ser testado são colocados em contato com anéis de aço com 12 a 16 micro-polegadas de acabamento e dureza Rockwell “C” entre 18 e 22, submetidos a uma carga (F), girando a uma Velocidade (V).

0 anel de plástico possui um ressalto e a duração do teste varia em função do tempo (T) necessário para assegurar contato integral de 360 graus entre o anel metálico e a superfície do plástico a ser testado.

A velocidade (V) e a carga (F) utilizadas são registradas. A perda de peso resultante do desgaste sofrido é determinada em balança analítica onde são pesados os anéis de plástico antes e depois de submetidos ao desgaste. 0 volume desgastado (D) é calculado, em cm³, como segue:

Este volume é proporcional a carga (Força F) qual atua sobre a superfície multiplicada pelo espaço percorrido (E):

Como o especo (E) é igual a Velocidade (V) multiplicada pelo tempo (T), tem-se:

O desgaste (D) é medido e calculado conforme a equação (1). A Força (F), a Velocidade (V) e o Tempo (T) são igualmente conhecidos durante a realização dos testes.

Para que a equação (3) se transforme em uma igualdade, torna-se necessária a introdução de um fator de.proporcionalidade “K”, obtendo-se:

O fator K de proporcionalidade é um fator de desgaste qual varia com a natureza dos materiais plásticos e qual pode ser calculado pela fórmula seguinte, obtida a partir da equação (4):

Onde:
D = Volume de desgaste (em cm³)
F = Força aplicada (em kgf)
V =
D = Velocidade (em cm/min)
T = Tempo (em horas)

O fator de desgaste depende de diversas variáveis

Erros podem ser cometidos se as formulas forem empregadas sem levar em conta todos os fatores envolvidos. Mas a utilização do Fator “K”, como elemento de comparação entre materiais nas mesmas condições operacionais, auxilia bastante e de forma confiável no processo de seleção.

Informação sobre o uso de reforços em peças móveis de plástico

Fibra de Vidro

Vantagens

Desvantagens

Fibra de Carbono

Vantagens

Desvantagens

Informações sobre a ação dos aditivos lubrificantes

PTFE

Vantagens

Desvantagens

Silicone

Vantagens

Desvantagens

PFTE / Silicone

Vantagens

Bissulfeto de Molibdênio

Vantagens

Desvantagens

Grafite

Vantagens

Desvantagens

Variações operacionais em função da superfície de contato

Plástico X Metal

Se a peça em plástico lubrificado se desloca sobre uma superfície metálica, o fator de desgaste variará de acordo com a natureza, a dureza e o acabamento superficial do metal.

Quanto maior a dureza do metal, menor o fator de desgaste.

Por outro lado, a rugosidade superficial do metal afeta sensivelmente o desgaste de peças plásticas lubrificadas com PTFE.

Uma rugosidade excessiva desgasta o plástico muito rapidamente, impedindo a formação do indispensável filme lubrificante superficial. Por outro lado, com a ausência de rugosidade (peça excessivamente lisa), não há o desgaste inicial que também é necessário para causar o afloramento do PTFE e a formação do filme lubrificante.

A rugosidade ideal se situa entre 12 e 18 RMS (micro polegadas), podendo ficar ligeiramente abaixo ou acima desses limites.

Plástico X Plásticos

Quando um plástico não lubrificado se movimenta em contato com o mesmo tipo de plástico, há um grande acréscimo do fator de desgaste. Somente em condições de baixas velocidades e pressões é aceitável o uso de resinas idênticas na moldagem de peças móveis em contato.

O fator de desgaste do Nylon x Nylon ou do Acetal x Acetal é, por exemplo, muito superior ao do Nylon x Acetal. A adição de reforços e lubrificantes permite o uso de resinas similares na moldagem de partes móveis em contato entre si.